domingo, 3 de abril de 2011

A era das mutações

Uma coisa é fato. Nunca, em nenhum outro momento histórico, a questão ambiental foi tão discutida e amplamente disseminada em todos os setores da sociedade. Devemos observar com entusiasmo essa abordagem, pois permite a inserção das problemáticas a serem superadas na agenda das políticas públicas e torna acessível à população informações que podem auxiliar na construção de uma consciência mais crítica. Por outro lado, parece que há ainda muita coisa por fazer e estamos engatinhando. A constatação de que o modo de produção capitalista, de crescente consumo e descarte de produtos, não era compatível com a sustentabilidade do planeta, já caminha por três décadas, sendo que no Brasil o seu marco histórico remonta ao ano de 1992, onde se realizou a ECO-92, uma importante Conferência da ONU reunindo 175 países no Rio de Janeiro, discutindo os problemas e apontando soluções para a conciliação entre Meio Ambiente e Desenvolvimento. A agenda pública e o comportamento da sociedade ainda não dão evidências de preocupação real com o futuro do planeta, passando a impressão de que as conseqüências do modelo predatório de civilização adotado demorarão ainda muito tempo para nos acometer, ou que tudo que se anuncia e divulga sobre a crise ambiental é um mito moderno que será solucionado com a inventividade tecnológica do ser humano. Cabe a nós, educadores, anunciar e proclamar a necessidade do estabelecimento de novas relações, com o outro, com os demais seres e com o mundo. Cabe a nós despertar, sobretudo nas crianças e jovens, que precisamos cuidar mais do mundo, pois dele dependemos para a nossa sobrevivência e o modo como estabeleceremos essa relação, daqui por diante, será decisório para o nosso futuro.

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